Empresária bilionária é sentenciada à pena de morte no Vietnã

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Foto: Reprodução YouTube
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Uma saga de corrupção de proporções monumentais chegou a um ponto culminante no Vietnã, com a condenação de Truong My Lan, uma proeminente empresária do setor imobiliário, à pena de morte por injeção letal. O caso, considerado um dos mais graves na história do país, envolveu um esquema criminoso que resultou em prejuízos estimados em US$ 27 bilhões (cerca de R$ 136 bilhões) ao longo de uma década.

O veredito, proferido por um tribunal vietnamita após um julgamento de cinco semanas na cidade de Ho Chi Minh, rejeitou todas as alegações de defesa de Lan, que ocupava uma posição de destaque no grupo imobiliário Van Thinh Phat. As acusações incluíam o envolvimento da empresária em atividades fraudulentas que prejudicaram significativamente o Saigon Commercial Bank (SCB), afetando a confiança pública nas instituições lideradas pelo Partido Comunista e pelo Estado, segundo afirmou a decisão do júri, divulgada pela mídia estatal.

Truong My Lan figurou entre os 86 indivíduos implicados no caso, um grupo que abrangia ex-presidentes do Banco Central, ex-funcionários governamentais e ex-executivos do SCB. As acusações contra os réus variaram desde suborno e abuso de poder até apropriação indébita e violação das leis bancárias. Lan foi apontada como responsável pelo desvio de US$ 12,5 bilhões (cerca de R$ 63 bilhões), enquanto os promotores revelaram que os danos totais causados pelo esquema alcançaram a impressionante cifra de US$ 27 bilhões, equivalente a 6% do PIB do Vietnã em 2023.

Apesar das negativas de culpa por parte da empresária, que atribuiu as irregularidades a seus subordinados, o tribunal determinou sua sentença, que reflete a severidade da ofensa no país. Lan e os demais réus foram detidos no contexto de uma ampla campanha nacional contra a corrupção, um sinal do compromisso das autoridades vietnamitas em enfrentar de forma incisiva esse problema sistêmico.

Em sua última declaração ao tribunal, Truong My Lan revelou ter considerado o suicídio diante da situação desesperadora em que se encontrava. “Em meu desespero, pensei na morte”, declarou, acrescentando: “Estou profundamente arrependida por ter me envolvido nesse ambiente empresarial feroz, o setor bancário, do qual tenho pouco conhecimento”.

Com informações do G1*